Guarda flores entre as paginas dos livros achando que quando secarem seus sonhos se realizarão....... desenha flores nas aguas do rio e vê formas nas nuvens que passam..... Não é louca..... apenas não gosta do mundo que vive .Quer sair.....mais sabe que morrera nele.......um dia...... Adriana Martins

Amigos

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Não foi para isso que aqui vim… vim a este mundo para ser feliz, disseram um dia… e eu, , acreditei...
Vivi correndo nesse sentido… esbocei sorrisos e ensaiei risadas... Tropeçava, caía mas de novo me levantava...
O horizonte estava sempre perto e me bastava estender a mão… a ajuda nunca me era negada… acreditei que o esboço que de mim fizeram em alguma coisa de bom se haveria de tornar, um dia, quando não sabia, mas haveria de me realizar...
Engano...
Puro engano... Quando dei por mim estava caído, só, perdida, fendido em mil pedaços de mim, dolorida de dores que não imaginava existirem...
Mesmo assim olhava em frente na expectativa de que o esboço que fizeram de mim, depois de tantos e tantos ensaios, me permitissem olhar e sorrir de novo... Fiz isso muitas vezes... E havia sempre uma mão, ali, expectante, sorrindo para mim Para que foi que me sorriram?... Porque me enganaram?... Porque me disseram que sim?... Porque razão me arrastei até aqui?... Porquê?... Que ganhei?... Derrota após derrota?... Claro que ganhei muitas batalhas, claro que sorri muitas vezes, claro que dei gritos de espanto e de prazer, claro que sim, mas, para quê?... Para chegar a este fim?... Para verificar que tudo o que vivi foi uma dramatização de mais uma história igual a tantas outras histórias de amor e sofrimento?... Foi para isso?... Foi para isso que me trouxeram até aqui?... Foi para verificar que "isso" não existe?... E, o que é o "isso"?... O "isso" é um sarcástico riso dum engano simples mas preciso… dizem-nos: Vai e sê feliz, foi para isso que aqui vieste... E eu vim, olhando, sorrindo, esboçando e ensaiando o que poderia vir a ser e a ter: um amor, o amor!... Amei e fui amada... Quis ficar pela simples razão de ter gostado... Então amei e fui novamente amado e numa infindável sequência de vidas eu percebi que estava sendo traída pelo esboço que fizeram de mim… o ensaio não tinha tido ensaio geral… o pano subira para a representação da vida e eu não sabia o papel... Destruiram-me, logo ali, logo à partida... Negaram-me a possibilidade de estudar melhor as deixas e as palavras, os trejeitos e a forma de colocar o corpo no palco da vida… o esboço havia sido mal concebido… o ensaio não havia servido de nada... Não havia ponto... Não havia nada... No entanto, pensei que havia tudo e de nada me servi a não ser da minha inadaptação ao papel... Fui um ma atriz e as lágrimas caiem-me agora e ninguém as vê… só eu as sinto aqui ao meu redor… os olhos se me toldam numa profunda mágoa e a tristeza me invade... Quis amar e ser amado... E, sou-o!... Para quê?... Onde é que ele está?... Aqui, ao meu lado?... Ali, depois daquela esquina?... Depois, um pouco mais para além do horizonte?... Ou a seguir àquele arco-íris colorido de vida mas que nada mais me traz para além dessas mesmas cores... Isto não é um grito... É para dizer que não me contratem mais… não há esboço e ensaio que cheguem para me reconstruírem de novo… a "argamassa" foi totalmente utilizada quando havia um sorriso, quando havia riso e olhos brilhantes... Já não sei o papel de cor e já não consigo ler... No entanto, o amor não precisa de esboços nem de ensaios… no entanto, o amor não precisa de saber o papel, nem de ponto, nem de palco… o amor precisa de ator, de alguém que grite que está vivo, que ainda não perdeu a única "coisa" que tem para dar e isso está ainda dentro do meu coração, ainda pulsa e me diz que é, que existe, que sente, que vibra... Grito,, que por muitos esboços e ensaios, eu ainda o sinto e que esse amor (latente, vivo) não acabará nunca, morrerá comigo,vou levar para onde eu for, será presa de mim mas não estará preso em mim, será livre como sempre foi..

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