Guarda flores entre as paginas dos livros achando que quando secarem seus sonhos se realizarão....... desenha flores nas aguas do rio e vê formas nas nuvens que passam..... Não é louca..... apenas não gosta do mundo que vive .Quer sair.....mais sabe que morrera nele.......um dia...... Adriana Martins
Não servirão as preces que aprendemos na infância ou essas que às vezes murmuramos. Que um homem tenha morrido, não nos serve, seu sofrimento ou o de outro – importa pouco: somos iguais em dor.
Estes desenhos que você faz ainda, aqueles que eu mesmo costumava fazer. A memória, essa voz, essas imagens que nos assombram sem cessar. O esquecimento que às vezes desejo, que às vezes detesto. O filme e a música que outro dia nos fez chorar. O instrumento que eu quis tanto aprender – que nao é mais que madeira e aço. As pessoas por quem nos perdemos em paixão e a própria paixão que é a mesma, sempre.
As três palavras dos que amam (as mesmas, sempre), que prometemos não esquecer – não lembramos então que prometer é desnecessário. O filho que eu temo mas terei, e o teu que não vou conhecer.
A história que poderia ter sido nossa, a outra vida que sigo imaginando. O trabalho, a persistência, a resignação, o pão, a amizade e todas as coisas pelas quais nao me interessei. A soberba. O desamor. A morte. O meu medo, o meu medo sem fim. Coisa alguma nos salva.
E ademais estamos sós. Eu te falo e te ouço, tocamos as mãos e nos olhamos, às vezes, com uma pequena alegria ou um secreto desengano, e ainda assim, ainda assim não nos encontramos.
Do início a um fim que entrevemos com pavor disfarçado, lado a lado, atravessamos sós.
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