Às vezes é preciso aprender a perder,
a ouvir e não responder,
a falar sem nada dizer,
a esconder o que mais queremos mostrar,
dar sem receber,
sem cobrar,
sem reclamar.
Às vezes, é preciso partir antes do tempo,
dizer aquilo que mais se teme dizer,
arrumar a casa e a cabeça,
limpar a alma.
Às vezes, mais vale desistir do que insistir,
esquecer do que querer.
No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem,
mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito,
somos outra vez donos da nossa vida.
Às vezes, é preciso abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar fora a chave.
Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho, mesmo que não haja caminho, porque o caminho se faz a andar.
O sol, o vento o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira.
Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar......
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